Eleições encerradas, muitas manifestações, acusações de fraudes etc. Infelizmente, o Brasil está num momento tenso e aparentemente incerto. Não vou aqui comentar sobre possíveis fraudes e coisas relacionadas. Não sou de palpitar sobre o que excede a minha capacidade.
O que quero expor no presente texto é uma outra coisa que muito me preocupa: a idolatria política que nos dá uma prévia de como muitos, inclusive católicos, reagirão à vinda do Anticristo.
Primeiramente, definamos o que é idolatria segundo Santo Tomás de Aquino, que ensina que é um culto supersticioso, “esse culto divino, assim como era prestado às criaturas sensíveis mediante certos sinais sensíveis, como sacrifícios, divertimentos e causas semelhantes, assim também o era à criatura representada por uma forma ou figura sensível, chamada ídolo. Porém, o culto divino era prestado aos ídolos de diversos modos” (S.Th. II-II, q. 94, a. 1, resp). O Anticristo será idolatrado, cultuado como Deus.
O que vemos hoje? Basta observar como tratam os apoiadores do Bolsonaro e do Lula. Para eles, proíbe-se as críticas. Sabemos que os tribunais (Supremo Tribunal Federal, STF, e Tribunal Superior Eleitoral, TSE) fizeram de tudo para beneficiar o Lula e que há uma probabilidade de fraude, mas sabemos também que quase a totalidade dos bolsonaristas se recusam a enxergar os erros, atacam quem o critica e se negam a reconhecer que certas notícias são falsas e espalham. Atitude nada diferente dos lulistas, que já são lobotomizados há duas décadas.
Vejamos os bolsonaristas. Desde 1994 até 2015, o Brasil só teve governo de esquerda e mais três anos de governo centrista e finalmente tem agora um de direita. Isso não necessariamente significa um bem, algo bom. A direita atua no movimento revolucionário como uma falsa oposição à esquerda. Como bem disse Orlando Fedeli (que Deus o tenha), a direita é canhota.
Infelizmente, as pessoas não enxergam que tanto a direita como a esquerda é ruim, com diferenças acidentais e não de natureza. O que vemos são verdadeiros cultos aos políticos de ambas as vertentes. Sei de antemão que os lulo-petistas fazem isso, mas as duas últimas eleições mostram que os bolsonaristas não são diferentes e todos, à sua maneira, veem no seu político de estimação, a solução para o país. Isto é, vemos em cada uma dessas pessoas como muitos reagirão ao Anticristo.
O Pe. Charles Arminjon nos ensina que o Anticristo será bem eloquente, inteligente, dotado de diversos dons naturais e com o auxílio do demônio realizará diversos prodígios que serão falsos milagres (cf. The End of the Present World and the Mysteries of the Future Life). São Roberto Belarmino escreve o seguinte sobre ele:
… assim como Cristo veio primeiramente para os judeus, porque lhes estava prometido e era aguardado por eles, e só então uniu a si também os gentios; assim também o Anticristo aproximar-se-á primeiro dos judeus, pelos quais é aguardado, e em seguida sujeitará a si todas as nações, a pouco e pouco (De Romano Pontifice, lib. III, c. 12).
O Pe. Sylvester Berry diz ainda que “o Anticristo assumirá o papel de Messias, seu profeta atuará como Papa” e que “também prodígios enganadores em imitação dos milagres operados na Igreja” (cf. A IGREJA E A OPERAÇÃO DE MILAGRES).
O que quero dizer com tudo isso? Não parece difícil deduzir: todo entusiasta de político vê no seu político de estimação a solução para os problemas atuais, o salvador. Dependendo dos seus feitos, não é difícil cair em idolatria. Numa sociedade apóstata, não é difícil isso acontecer, pois, como bem disse Chesterton em algum lugar, quem não acredita em Deus, acredita em qualquer coisa. Realizando prodígios de natureza preternatural, o Anticristo, já vivendo numa sociedade não apenas de apóstatas, mas de completos idiotas, atrairá toda sorte de idólatras.
Por isso, esse texto fica de alerta. O apoio incondicional a políticos pode sim, degenerar em idolatria e frequentemente isso acontece.
SAPIENTIAE CHRISTIANAE 
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