ESCLARECENDO ALGUNS FATOS E
CORRIGINDO ALGUNS EQUÍVOCOS
SOBRE A BREVE E CONTROVERSA
PASSAGEM DO BISPO PETRUS
MARTINUS NGÔ ĐÌNH THUC PELO
CENÁRIO SEDEVACANTISTA
Sandro A. Aureliano
2024
I – Breve Biografia do Bispo Ngô Đình Thục
(1897-1984)
Ngô Đình Thục nasceu em 6 de outubro de 1897 em Phu Cam, Hue, em uma família nobre. Ele é o terceiro dos 9 filhos do Michael Ngo Dinh Kha, um grande mandarim das dinastias Thanh Thai e Duy Tan, originário da aldeia de Dai Phong, distrito de Le Thuy, província de Quang Binh.
Quando adolescente, Ngô Đình Thục estudou na Escola Pellerin, escola particular controlada pelo irmão La San, de 1904, ano de fundação da escola, até 1908. Em setembro de 1909, ingressou no Seminário Menor Na Ninh, Quang Tri. Em setembro de 1917, ingressou no Seminário Phu Xuan da Diocese de Hue.
Em novembro de 1919, Dom Eugène Allys (Ly, 1852-1936) enviou-o para estudar no exterior, na Escola Missionária Romana. Durante este período, em dezembro de 1922, o ministro Peter Nguyen Huu Bai (1863-1935), acompanhando o rei Khai Dinh à França, veio a Roma. Enquanto estudava no exterior, em Roma, Ngô Đình Thục recebeu os seguintes títulos: Doutor em Filosofia em 1922 e Doutor em Teologia em 1926.
Em 20 de dezembro de 1925, em Roma, o Cardeal Van Rossum o ordenou ao sacerdócio. Depois disso, o Padre Ngô Đình Thục continuou estudando por mais um ano na Universidade Appolinaire para obter o título de Doutor em Direito Canônico em 1927. O Padre Ngô Đình Thục foi para a França estudar no Institut Catholique de Paris, de outubro de 1927 à junho de 1929 e formou-se como Bacharel em Artes.
Retornando ao Vietnã em 1929, o Padre Ngô Đình Thục trabalhou como professor da ordem do Sagrado Coração em Duc Ward (Truong Na) Hue, a partir de novembro de 1929. Em setembro de 1931, Dom Alexandre Chabanon (1873-1936) nomeou professor no Seminário Phu Xuan, Hue.
Em outubro de 1933, tornou-se Diretor da Escola Thien Huu (Providence), uma escola católica particular em Hue. Em 1935, tornou-se editor do jornal Sacerdos Indosinensis.
Tornou-se o primeiro Bispo da Diocese de Vinh Long. Em 8 de janeiro de 1938, o Vaticano estabeleceu uma nova diocese:
Vinh Long, incluindo as províncias de Tra Vinh, Bem Tre e 2 distritos da província de Can Tho: Cau Ke e Tra On.
A Sé de Roma nomeou o Padre Ngô Đình Thục como Bispo Titular de Susina para liderar a nova diocese. Em 4 de maio de 1938, na Catedral de Phu Cam Hue, o Núncio Apostólico Antonin Drapier presidiu a cerimônia de sagração episcopal do novo Bispo Ngô Đình Thục. Este é o terceiro bispo vietnamita. Em 23 de junho de 1938, Ngô Đình Thục recebeu oficialmente a diocese com o lema “Miles Christi” (Soldado de Cristo). Este é o primeiro bispo da nova diocese de Vinh Long.
De 23 de junho de 1938 a 24 de novembro de 1960, durante seu mandato de 23 anos, Ngô Đình Thục empenhou-se para construir a diocese de Vinh Long.
II – Arcebispo de Hue
Em 1960, a Igreja Católica vietnamita passou por um novo ponto de virada: a Sé Romana estabeleceu a hierarquia com 3 Arquidioceses: Hanói, Hue, Saigon. Ngo Dinh Thuc foi promovido a Arcebispo da Arquidiocese de Hue. Dom Anthony Nguyen Van Thien foi nomeado bispo da diocese de Vinh Long para substituir Ngô Đình Thục. Em 12 de abril de 1961, Ngô Đình Thục recebeu oficialmente a Diocese de Hue, tornando-se o primeiro Bispo vietnamita a liderar a diocese.
III – As Turbulências Espirituais de Ngô Đình Thục
Em agosto de 1963, o governo de Ngo Dinh Diem no sul do paralelo 17 mergulhou em uma tempestade, uma crise que ameaçava entrar em colapso. Ngô Đình Thục também é alvo das forças do regime anti-Ngo. Portanto, o Núncio Apostólico em Saigon da época, Dom Salvator Asta, a quem Ngô Đình Thục auxiliou na consagração de Bispos em Roma em 1962, exortou Ngô Đình Thục a deixar rapidamente o Vietnã e partir para participar do Concílio Vaticano II.

(imagem extraída da internet)
Enviar Ngô Đình Thục ao Concílio pode ter sido considerado um plano “razoável e estratégico”, alinhado ao entendimento do Núncio Apostólico Asta sobre a situação naquela época.
Enquanto participava do Concílio, e depois se exilava na Europa, Ngô Đình Thục recebeu notícias aterradoras: o governo de Saigon foi derrubado, os seus dois irmãos mais novos, e depois outro irmão, o Sr. Ngo Dinh Can, foram executados pela facção golpista. A mãe faleceu. Toda a família Ngo foi tragicamente destruída.
Numa época em que os irmãos “vivem e morrem juntos”, o Bispo teve que deixar a sua família e a sua terra natal para viver sozinho numa terra estrangeira… criando naturalmente um terrível colapso mental para ele; além dos desastrosos acontecimentos de reforma da Igreja do Concílio Vaticano II, que Ngô Đình Thục, em alguns momentos, não aceitou.
Tudo isso foi condensado no homem que uma vez recebeu de forma excelente “três títulos de doutorado”, Ngô Đình Thục, o homem que uma vez viu o auge da fama religiosa e mundana para sua família, agora de repente sofreu uma decepção sombria que o levou ao caminho da oposição à Roma.2
IV – Secessão da Igreja Romana
Em meados da década de 1970, enquanto vivia exilado na Itália, o solitário, deprimido e empobrecido Ngô Đình Thục fez amizade com Maurice Revaz, um padre suíço que, na época, lecionava direito canônico no seminário tradicionalista da Sociedade Sacerdotal de São Pio X, que o Arcebispo Marcel Lefebvre havia fundado em Ecône, Suíça.
Durante a década de 1970, muitos clérigos e leigos tradicionalistas, na Europa e América, estavam impacientes com a relutância de Lefebvre em consagrar bispos tradicionalistas.
Por sua vez, o Cônego Revaz estava convencido de que o verdadeiro Papa Paulo VI estava preso em uma masmorra no Vaticano, com um impostor desempenhando seu papel como Papa.
Por volta de 1976, o Cônego Revaz ouviu falar de um grupo leigo perto de Sevilha, na Espanha, que também acreditava que Paulo VI ou estava prisioneiro no Vaticano ou mantido em estado de entorpecimento para poder ser manipulado. Revaz começou a se corresponder com seus dois líderes, Clemente Dominguez Gómez e Manuel Alonso Corral, que há vários anos afirmavam estar recebendo visões de Nosso Senhor e Nossa Senhora.
Após uma viagem à Roma e uma tentativa fracassada de encontrar e libertar o Papa Paulo VI, preso e/ou drogado, o Cônego Revaz deixou o seminário de Ecône permanentemente e foi para a Espanha com dois companheiros: uma visionária irlandesa que dizia estar recebendo mensagens do Papa encarcerado e/ou drogado e uma freira alemã, Ir. Cherubina, que há algum tempo trabalhava no seminário da FSSPX.
O Cônego Revaz conhecia bem Ngô Đình Thục, tanto por fazer muitas visitas à Roma, onde o Thuc exilado vivia desde 1963, quanto por uma viagem que Thục fizera ao seminário em Ecône. Revaz convenceu Ngô Đình Thục a ir à Espanha para consagrar padres e bispos para o grupo Dominguez/Alonso.
Há relatos, de fontes muito hostis a Ngô Đình Thục, de que o Cônego Revaz e seus companheiros convenceram Thục a realizar as ordenações e consagrações ao persuadi-lo de que o Papa Paulo VI, por bilocação (o verdadeiro, prisioneiro, não o impostor) havia aparecido na Espanha e aprovado a ideia.


De qualquer forma, poucos dias após as ordenações e consagrações realizadas por Ngô Đình Thục na Espanha, o Vaticano anunciou publicamente que o mesmo havia sido automaticamente excomungado por tentar consagrar bispos sem um mandato papal. Thục, no entanto, expressou rapidamente arrependimento por suas ações na Espanha e buscou perdão do Vaticano. Sendo a excomunhão então levantada.
O grupo comandado por Dominguez/Alonso, entretanto, continuou sem Thục. Seus recém-feitos bispos, em poucas semanas, começaram a ordenar padres e consagrar bispos e, com a morte de Paulo VI em 1978, declararam-se a Santa Igreja Palmariana: “Iglesia Una, Santa, Católica, Apostólica y Palmariana”.
De acordo com uma reportagem publicada na revista Angelus Press, em junho de 1982, Thục teria retido a intenção de conferir ordens sagradas no Palmar de Troya, ou seja, teria simulado o sacramento.3 Simulação, aliás, que teria voltado a repetir-se, mas desta vez durante a celebração do Novus Ordo Missae. Em 1981, Thục concelebrou a nova missa com o bispo de Toulon, França. Três semanas depois, consagrou o P. Guérard des Lauriers. Segundo o P. Cekada,4 Thục se desculpou por concelebrar a nova missa, dizendo, entre outras coisas, que ele apenas aparentou celebrar a missa, ou seja, teria uma vez mais simulado o sacramento.
V – A Reincidência
Logo após a remoção de sua excomunhão, Ngô Đình Thục voltou a consagrar bispos. Desta vez as consagrações foram para uma grande variedade de grupos, alguns deles não eram nem mesmo católicos romanos.



Em fevereiro de 1982 Thục emitiu uma declaratio, proclamando a Sede Vacante, declaração que foi reiterada em maio de 1983. Nesta segunda ocasião, o documento foi elaborado e assinado em conjunto com quatro outros bispos de sua linhagem episcopal. Contudo, essas declarações tornaram-se nulas em 1984, quando Ngô Đình Thục realizou sua retratação.5 (Anexo – A)
Excomungado uma segunda vez, por estas últimas consagrações, Ngô Đình Thục mudou-se para Rochester, NY, onde por um ano e nove meses conviveu com o bispo Louis Vezelis, que havia sido consagrado por um dos bispos que Ngô Đình Thục anteriormente consagrara.6

Louis Vezelis (nascido em 29 de janeiro de 1930, em Rochester, Nova York — falecido em 1º de janeiro de 2013) foi o superior de uma comunidade sedevacantista de franciscanos nos Estados Unidos e bispo na linha sucessória de Ngô Đình Thục.
Enquanto vivia com o bispo Vezelis, no norte do estado de Nova York, Thục foi convidado por clérigos vietnamitas para ir à Nova York participar de uma conferência de exilados vietnamitas. Lá, Thục foi convencido a se juntar a alguns vietnamitas exilados que viviam em um seminário no Missouri e que eram leais ao Vaticano. Meses depois Ngô Đình Thục morreu. Após a sua morte, o Vaticano divulgou uma declaração dizendo que ele havia recentemente pedido e recebido o perdão de João Paulo II.
Entretanto, os clérigos vietnamitas foram acusados de haverem sequestrado Ngô Đình Thục e de estarem o mantendo em cárcere privado.7
VI – O Resgate de Ngô Đình Thục: Uma Jornada de Reconciliação e Controvérsias
O trabalho de resgate do Bispo Thục progrediu de forma muito dramática e delicada, devido à engenhosidade dos personagens que ajudaram o Bispo tanto material como espiritualmente. Este é o Padre Peter Tran Van Dien, da Diocese de Hue, que se aposentou da Congregação Vietnamita nos Estados Unidos; Padre Barnabe Nguyen Duc Thiep, Diretor da Congregação Vietnamita em Carthage, Missouri (EUA); o Sr. Tran Dinh Truong que possui um hotel em Nova York; e o Sr. Hoang Ngoc Tro nos Estados Unidos que já havia trabalhado com o Bispo Thục em Hue.
Antes do Tet (Ano Novo Lunar) de 1984, por acaso, um padre vietnamita em Nova York descobriu a presença de Thục entre os Frades Franciscanos, em Rochester, NY. Esta notícia chegou aos ouvidos do Sr. Tran Dinh Truong em Nova York, e depois aos ouvidos do Padre Tran Van Dien na Congregação da Mãe do Redentor de Carthage, Missouri. O Padre Tran Van Dien escreveu uma carta ao Sr. Hoang Ngoc Tro em Centralia dizendo ao Sr. Hoang Ngoc Tro para telefonar e pedir para se encontrar com o Bispo Thục. Durante a visita, Thục expressou seu desejo de ir a Cali visitar parentes desfavorecidos.
Por ocasião do Tet Giap Ty de 1984, o Padre Dien voou para Nova York para visitar Thục, que residia na ordem franciscana. O Padre Dien convidou Thục para participar da Cerimônia dos Ancestrais de Ano Novo, realizada pelo povo vietnamita em Washington DC.
A viagem de carro do Padre Dien, do Padre Nguyen Duc Thiep e do Sr. Tran Dinh Truong carregando Ngô Đình Thục parou em Nova York para pegar combustível, e depois dirigiu-se imediatamente para Washington, para a Nunciatura Apostólica.
O bispo Vezelis enviou um homem para atuar como guarda-costas para proteger o bispo Thục. No caminho os dois lados discutiram e levaram o assunto à polícia para arbitragem, a polícia afirmou que Thục tinha plena autoridade para escolher a sua residência. Assim, Thục escolheu a comunidade vietnamita e a Sé Romana.
O Padre Dien levou Thục ao encontro do Núncio Apostólico para preparar os documentos de reconciliação e enviar à Roma. Depois disso, o Sr. Tran Dinh Truong levou o Bispo Thục para ficar temporariamente hospedado em seu hotel, em Nova York. Em 25 de fevereiro de 1984, Ngô Đình Thục voou para a igreja vietnamita Cong Cong no Missouri, Orléans. O Padre Dien providenciou alojamento adequado, alimentação, trabalho e a compra de vestes episcopais e pessoal, com pessoas da ordem ajudando-o dia e noite.
Tendo deixado o grupo dos franciscanos, Ngô Đình Thục exortou a Sé Romana a “aliviá-lo” das censuras. Em junho de 1984, o Padre Diretor da Congregação dos Colaboradores, Nguyen Duc Thiep, foi a Roma para monitorar os documentos de “absolvição” de Ngô Đình Thục. Finalmente, os documentos oficiais de Roma chegaram a Thục. Algumas pessoas prepararam câmeras para capturar a cena de Ngô Đình Thục assinando os papéis de reconciliação com a Santa Sé. Graças a isto, foi dissipada a dúvida de que os documentos enviados à Santa Sé não traziam a assinatura do Bispo.
Esse contexto de isolamento — no período em que esteve sob a tutela dos clérigos vietnamitas — acabou alimentando o imaginário de algumas pessoas que alegaram que Thục havia sido “sequestrado”, e que estaria sendo retido contra a sua vontade e sendo submetido a maus-tratos. Teoria similar àquela palmariana, que alegava que Paulo VI estaria sendo mantido enclausurado no Vaticano, enquanto um sósia tomava o seu lugar.
Em 11 de julho de 1984, isto é, cinco meses antes de falecer, Ngô Đình Thục reconciliou-se com Roma. A sua retratação foi publicada na edição oficial do jornal L’Osservatore Romano, em 17 de dezembro de 1984, quatro dias após o seu falecimento.

Em sua retratação, Thuc menciona as consagrações dos bispos Guérard des Lauriers, Moisés Carmona e Adolfo Zamora. No mesmo dia em que escreveu e assinou sua retratação, Thục redigiu ainda outras três cartas que foram enviadas a estes três bispos, desculpando-se e instando-os a também reconciliarem-se com Roma.8 (Anexo – C)


No entanto, mesmo diante de tantas evidências, alguns insistem em questionar a autenticidade desta reconciliação, e fundamentando-se em interpretações equívocas dos fatos, alegam que tudo não passou de uma manipulação orquestrada pelos perversos modernistas. Mas outro fato relevante contribui para reforçar a ideia de que Thục realmente faleceu reconciliado com Roma, e me refiro aqui ao registro de seu necrológio nas Acta Apostolicae Sedis (AAS 1985, p. 104).9
Roma não publicaria jamais o necrológio de um clérigo que tivesse falecido excomungado como herege ou cismático. Clérigos como Lefebvre e Castro Mayer, por exemplo, não possuem necrológios nas Actas, justamente por terem sido e morrido excomungados por Roma. Por outro lado, outras figuras também reconciliadas têm seus necrológios registrados, como Monsenhor Licínio Rangel (AAS 2003, v. 2, p. 64),10 um bispo tradicionalista que morreu una cum. Até mesmo Salomão Barbosa Ferraz, ex-membro da Igreja Católica Apostólica Brasileira (ICAB), que faleceu reconciliado com os modernistas em 1969, possui seu necrológio nas Actas (AAS 1969, p. 360).11
Apenas clérigos una cum têm seus necrológios publicados nas Acta Apostolicae Sedis.
Com Ngô Đình Thục tendo sido absolvido pela Sé Romana, foi possível que ele presidisse a grande festa dos “Dias Marianos” em Carthage (Marian Days), em agosto de 1984 (onde celebrou a missa no rito Novus Ordo).12



As suas palavras antes da cerimônia foram provavelmente também as últimas palavras na vida cerimonial de Ngô Đình Thục: “Por 20 anos, nunca vi um número tão grande de vietnamitas. Agora a Mãe me trouxe aqui para encontrar todos vocês pela última vez, povo vietnamita no Sagrado Coração da Mãe Maria.”13



VII – Requiescat in Pace…
Ngô Đình Thục, após um período de recuperação no Hospital do Clero da Congregação da Mãe do Redentor, Estados Unidos, Carthage, Missouri. Em 5 de dezembro de 1984, Ngô Đình Thục adoeceu. Levado ao Hospital St. John, Joplin, ele morreu às 11h do dia 13 de dezembro de 1984. (Anexo – E)
O funeral de Ngô Đình Thục foi realizado às 11h do dia 22 de dezembro de 1984, na Igreja da Imaculada Conceição, Springfield, Missouri, e o sepultamento realizado no Resurrection Cemetery da Diocese de Springfield-Cape Girardeau, Missouri, EUA. Posteriormente os restos mortais de Ngô Đình Thục foram transladados para o Park Cemetery, em Carthage, Missouri, onde repousa juntamente com outros sacerdotes e membros da Congregação da Mãe do Redentor, assim como diversos outros padres refugiados do Vietnã.14




Conclusões
A vida do bispo Petrus Martinus Ngô Đình Thục foi marcada por profundas contradições, um testemunho de fé e uma trajetória pontuada por tragédias pessoais e desavenças com a Igreja de Roma. Sua formação acadêmica brilhante, sua ascensão como um dos primeiros bispos vietnamitas e sua intensa dedicação pastoral fizeram dele uma figura proeminente na Igreja Católica no Vietnã. Contudo, a conjuntura política do país e as reformas provocadas pelo Concílio Vaticano II desestabilizaram sua vida e o conduziram a um exílio repleto de conflitos e dissidências.
As numerosas controvérsias relacionadas à sua atuação como bispo sedevacantista, e as profusas ordenações e consagrações realizadas sem um imprescindível discernimento, (Cânon 973, §3),15 bem como os supostos privilégios conferidos a ele pelo Papa Pio XI, alimentaram debates e polêmicas sobre a legitimidade de suas ações.
Mesmo após ter sofrido duas excomunhões, Ngô Đình Thục buscou reconciliação com Roma, sendo a última nos instantes finais de sua vida. E embora isto seja questionado por algumas pessoas, está mais do que claro — e provado — que a reconciliação de fato acorreu.
Assim, Ngô Đình Thục deixou um legado complexo, que desafia a compreensão de muitos, ele personificou as tensões de uma época de mudanças na Igreja e foi para alguns um símbolo da resistência ao modernismo. Sua trajetória finaliza com a volta ao seio da Igreja romana, uma reconciliação que sugere, em suas próprias palavras, o último adeus a um povo e a uma Igreja que, mesmo com todas as contradições, sempre foram a sua casa.
À luz de todos os acontecimentos que marcaram a trajetória de Ngô Đình Thục, é razoável concluir que a sua decisão de juntar-se aos seus compatriotas vietnamitas ao final de sua vida, representou uma escolha consciente e livre, colocando fim à sua breve e controversa passagem pelo cenário sedevacantista.
Este resumo, como o próprio título sugere, não pretendeu abarcar todos os eventos relacionados à passagem do Bispo Petrus Martinus Ngô Đình Thục pelo sedevacantismo, mas sim destacar alguns fatos que se sobressaíram por sua relevância ou polêmica, sobretudo a sua retratação e reconciliação com Roma. Da mesma forma, não foi objetivo deste compilado atacar a sua pessoa ou sua memória de forma gratuita, nem tampouco desmerecer integralmente as suas ações.
Amicus Plato Sed Magis Amica Veritas
_____________
APPENDIX
TERIA NGÔ ĐÌNH THỤC RECEBIDO DO PAPA PIO XI O PRIVILÉGIO DE SAGRAR BISPOS SEM A PRÉVIA AUTORIZAÇÃO DE ROMA?
Em 15 de março de 1938, por meio de Motu Proprio, o Papa Pio XI concedia a Petrus Martinus Ngô Đình Thục uma delegação de poderes para que o mesmo pudesse alcançar os fins para os quais foi designado:

“Pio,Papa,XI
Em virtude da plenitude dos poderes da Santa Sé Apostólica, instituímos como legado Nosso Pedro Martinho Ngo-Dinh-Thuc, Bispo titular de Saigon, para fins conhecidos por Nós, com todos os poderes necessários.
Dado em Roma, junto a São Pedro, em 15 de março de 1948, décimo sétimo ano de Nosso pontificado.
Pio,Papa, XI.”
Alguns pretendem que esta delegação de Pio XI conferia a Ngô Đình Thục a plenitude dos poderes do Romano Pontífice exceptuando-se a infalibilidade; um absurdo incomensurável!
O Código de Direito Canônico (1917), Cânon 265 ss, distingue e define cada uma das atribuições dos legados papais; o mesmo que o Decreto do mesmo Papa Pio XI, em 1929, por meio da Sacra Congregatio Consistorialis, que descreve detalhadamente as faculdades que o Santo Padre concedeu aos Reverendíssimos Senhores Núncios, Internúncios e Delegados Apostólicos, despois de publicado o Código Canónico.
Em 08 de janeiro 1938, em Consistório Secreto, Ngô Đình Thục foi designado como o primeiro Vigário Apostólico de Vinh-Long (AAS– 30-1938 p.66), foi sagrado Bispo em 05 de março do mesmo ano, e no dia 15 do mesmo mês recebeu as letras pontificais delegando a ele a autoridade necessária para o exercício do vicariato.
Ngô Đình Thục recebeu os plenos poderes (plenitude potestatis) para exercer o cargo para o qual foi designado pelo Papa (“para fins conhecidos por Nós”), ou seja, como Vigário Apostólico; não para o cargo de Núncio, Internúncio ou Delegado Apostólico, tampouco para o cargo de legado ad latere reservado aos Cardeais.
Portanto, Ngô Đình Thục não possuía nenhuma autorização, enquanto “simples” Vigário Apostólico, para escolher e sagrar Bispos à revelia. Tanto isso é verdade que, em 17 anos como Vigário Apostólico, Ngô Đình Thục sagrou apenas dois Bispos em 1955 (e no mesmo dia) no exercício desse cargo, os monsenhores Paul Nguyễn Văn Bình e Simon Hòa Nguyễn Văn Hiền, mas com a expressa e prévia autorização de Roma. Enquanto que no sedevacantismo, em apenas 4 anos, entre sagrações integrais e sub conditione, foram mais de uma dezena!
No Breve, o Papa Pio XI nomeia Ngô Đình Thục como “legatum”, sem definir ou distinguir a característica dessa delegação. A definição de Vigário Apostólico e suas faculdades nem mesmo constam no CIC 1917, e talvez tenha sido esta a razão para que o Papa o tenha nominado apenas como “legatum”. Ngô Đình Thục não estava sendo enviado, segundo as normas, a uma país sem relações com a Santa Sede e sem hierarquia, para isso a Santa Sede sempre estabeleceu o envio de Delegados Apostólico (estes sim com poderes para ordenar e sagrar bispos), Thục foi enviado a um território que foi desmembrado de uma diocese para tornar-se uma diocese independente. Tanto que ele foi sagrado bispo por um Delegado Apostólico.
Disse o Papa: “Para fins conhecidos por Nós”, ou seja, o exercício do Vicariato Apostólico, cujas faculdades e atribuições constam a partir do cânon 265 ss., e que de nenhuma forma fazem referência a especialíssima faculdade de sagrar Bispos à revelia e sem prévia autorização de Roma.

ANEXO – A

DECLARAÇÃO
Como é que a Igreja Católica aparece hoje em dia, tal como a observamos? Em Roma, João Paulo II reina como “Papa”, cercado pelo corpo de Cardeais e de muitos bispos e prelados. Fora de Roma, a Igreja Católica parece estar florescendo, junto com seus bispos e sacerdotes. O número de católicos é grande. Diariamente, a missa é celebrada em muitas igrejas, e, aos domingos, as igrejas estão cheias de fiéis que vêm para ouvir a missa e receber a Sagrada Comunhão.
Mas, diante de Deus, como aparece a igreja de hoje? As novas missas — tanto as diárias quanto aquelas a que as pessoas assistem aos domingos — são agradáveis a Deus? De forma alguma, pois a nova missa é a mesma para católicos e protestantes; por isso, é desagradável a Deus e inválida. A única missa que agrada a Deus é a Missa de São Pio V, que é oferecida por poucos sacerdotes e bispos, entre os quais eu me incluo.
Portanto, na medida do possível, abrirei seminários para educar candidatos para este sacerdócio que é agradável a Deus.
Além desta “Missa”, que não agrada a Deus, há muitas outras coisas que Deus rejeita: por exemplo, as mudanças na ordenação de sacerdotes, bem como nos sacramentos da Confirmação e da Extrema Unção.
Ainda mais, os “sacerdotes” agora se apegam ao:
Modernismo
Falso ecumenismo
Culto ao homem
Liberdade de abraçar qualquer religião
Resistência a condenar heresia e a expulsar os hereges.
Em consequência, sendo eu ainda um bispo da Igreja Católica Romana, considero que a Sé da Igreja Católica Romana está vacante; e me cabe, como bispo, fazer tudo o que for necessário para que a Igreja Católica e Romana persevere em sua missão pela salvação das almas.
Aqui acrescento os títulos de alguns documentos preclaros:
- Bula “Quo Primum”, São Pio V.
- Concílio de Trento, sessão XXII.
- Breve “Adorábile Eucharistíæ”, Pio VII; e [Concílio de] Florença: Decreto para os Armênios (Dz. 698), Decreto para os Jacobitas (Dz. 715).
- Missal Romano de São Pio V: De defectibus in celebratione Missarum: “De defectibus formæ”.
- Constituição “Auctorem Fidei”, Pio VI.; Decreto “Lamentabili”, São Pio X.; Encíclica “Pascendi Dominici gregis”, São Pio X.
- [Concílio de] Florença: Decreto para os Jacobitas; Encíclica “Quanta Cura”, Pio IX.; Bula “Unam Sanctam”, Bonifácio VIII.
- Código de Direito Canônico, Cânon 1322.
- Bula “Cum ex Apostolatus Officio”, Paulo IV.; Código de Direito Canônico, Cânon 188, N. 4.
- Pontifical Romano: De Consecratione electi in Episcopum: “Forma Juramenti” e “Examen”.
Munique, 25 de fevereiro de 1982
(Fdo.) ☨ Petrus Martinus Ngô Đình Thục
Arcebispo
ANEXO – B
Declaração do Arcebispo Pierre Martin Ngo Dinh Thuê

Mons. Petrus Martinus Ngo Dinh Thuê, Arcebispo titular de Bulla Regia e Arcebispo de Hué (Vietnã), falecido em 13 de dezembro de 1984, em uma declaração datada de 11 de julho de 1984, escreveu que retirava publicamente suas declarações anteriores sobre as ordenações episcopais de 1981 e as afirmações feitas em Mônaco em 1982, nas quais ele negava o Concílio e a autoridade do Papa.
Este é o texto da Declaração, traduzido:
CARTHAGE, 11 de julho de 1984.
Eu, abaixo assinado, Pedro Martinho Ngo Dinh Thuc, Arcebispo titular de Bulla Regia e Arcebispo de Hué, com esta declaração, desejo publicamente retratar todos os meus erros anteriores em relação às ordenações episcopais que concedi de forma ilícita em 1981 a M.L. Guérard des Lauriers, O.P., a Moisés Carmora e Adolfo Zamora. Da mesma forma, desejo retratar a declaração publicada em Munique em 1982, na qual rejeitava o Concílio Vaticano II, o novo Ordo Missae e, em particular, a dignidade de Sua Santidade, Papa João Paulo II, atual legítimo sucessor de São Pedro.
Peço sinceramente o perdão de todos, que rezem por mim e também que reparem o escândalo causado por tais ações e declarações deploráveis.
Exorto também os sacerdotes mencionados, a quem conferi ilegitimamente a ordenação episcopal em 1981, e todos aqueles a quem eles, por sua vez, ordenaram bispos e sacerdotes, bem como todos os seus seguidores, a retratar seu erro, abandonar seu falso estado atual e se reconciliar com a Igreja e com o Santo Padre, Papa João Paulo II.
Mais uma vez, peço humildemente a compreensão benevolente e o apoio das suas orações, para que eu possa agradar a Deus pelo resto da minha vida.
A todos os meus, sincero agradecimento.
Votado irmão em Jesus e na sua Santa Mãe,
P. M. NGO DINH THUC
Arcebispo
Em uma correspondência com a Congregação para a Doutrina da Fé, foi relatado que, considerando a declaração apresentada ao Santo Padre, a qual Mons. Martin Ngo Dinh Thuc retirou publicamente seus erros anteriores, incluindo as ordens episcopais concedidas ilegalmente, o Pontífice benignamente concordou em lhe conceder a absolvição das censuras incorridas. Nota-se que tal absolvição não se estende aos indivíduos que foram ordenados ilegitimamente.
ANEXO – C
Carta de Ngô Đình Thục a Guérard des Lauriers

“Carthage, 11 de julho de 1984
Caro irmão em Cristo,
Gostaria de informá-lo, e por meio de você a todos aqueles que o seguiram até agora, que lamento profundamente ter causado mal a toda a Igreja, assim como a você, e a alguns outros sacerdotes, ao tê-lo ordenado ilicitamente ao episcopado, em 1981.
Isso ocorreu contrariamente à intenção do Papa João Paulo II e, portanto, à vontade da Igreja, expressa pelos cânones 955 e 953 do antigo Código de 1917, ou pelos cânones 1013 e 1015 do novo Código de 1983.
Tenho, da mesma forma, consciência da gravidade dos escândalos e dos danos causados à Igreja por essas ordenações, bem como das declarações errôneas feitas em Munique, em 1982, a respeito do Concílio Vaticano II e da autenticidade do Papa João Paulo II, sucessor atual de São Pedro.
Por meio desta, quero lamentar profundamente por tudo isso. Também gostaria de pedir-lhe perdão por tê-lo levado a causar tanto mal que resultou na sua separação da Igreja. Suplico com angústia que abandone o erro em que está atualmente e que se reconcilie o quanto antes com a Igreja.
Que o bom Deus nos perdoe por todas as nossas faltas e por todos os danos causados a toda a Igreja devido ao nosso erro. Que a verdadeira paz de Cristo e de Sua Santa Igreja esteja logo conosco.
Esteja certo das minhas fervorosas orações e do meu profundo afeto em Nosso Senhor.
Sinceramente,
Pierre Martin Ngô Đình Thục
Ex-Arcebispo de Huê”
ANEXO – D
Cópia da Retratação Original assinada por Ngô Đình Thục

ANEXO – E
Certificado de Óbito de Ngô Đình Thục

“CONGREGAÇÃO MÃE CORREDENTORA
PROVÍNCIA DOS ESTADOS UNIDOS
1900 Grand Avenue – Carthage, Missouri 64836 – (417) 358-7787
5 de junho de 1985
A QUEM POSSA INTERESSAR
Certifico que:
O Reverendíssimo Arcebispo PETER MARTIN NGO-DINH-THUC, ex-Arcebispo de Hue, Vietnã, faleceu pacificamente no St. John’s Regional Medical Center,2727 McClelland Boulevard, Joplin, Missouri 64801, EUA,no dia 13 de dezembro de 1984, às 11h da manhã.
Seu corpo foi sepultado no Resurrection Cemetery,
Springfield, Missouri, EUA, no dia 22 de dezembro de 1984.
Atenciosamente,
Barnabas M. Thiep
(Very Rev.) Barnabas M. Thiep, C.M.C.
Superior Provincial
Diante de mim, Notário Público, no dia de hoje, compareceu pessoalmente o Rev. Barnabas M. Thiep, C.M.C., conhecido por mim como a pessoa cujo nome consta no documento acima e que reconheceu ter firmado o mesmo para os propósitos e considerações nele expressos.
Betty Jane Merryman
Notária Pública
Estado do Missouri, Condado de Jasper
Minha comissão expira em 17 de setembro de 1985.”
REFERENTIAE HUIUS OPERIS
- VATICANO, Acta Synodalia Sacrosancti Concilii Oecumenici Vaticani II: Periodus secunda, pars III, congregationes generales L-LVIII, Typis Polyglottis Vaticanis MCMLXXII, p. 513. Disponível em: https://archive.org/details/ASII.3/mode/1up?view=theater ↩︎
- GIAO PHẬN VINH LONG. Đức Cha Phêrô Ngô Đình Thục. Disponível em: https://giaophanvinhlong.net/Duc-Cha-Phero-Ngo-Dinh-Thuc.html. Acesso em: 12 nov. 2024. ↩︎
- GOOGLE DRIVE. Warning to Catholics Against False Shepherds. Disponível em: https://drive.google.com/open?id=1hCSWKq2hmxQhmlKkhrBHvYUr1IyuVoqn. https://angeluspress.org/products/angelus-jun-1982. Acesso em: 12 nov. 2024. ↩︎
- CEKADA, Anthony. Two Bishops in Every Garage, 1990,p.7 ↩︎
- REVISTA Einsicht. Ano XIII, n.º 1, Munique, maio de 1983. p. 3-4. ↩︎
- GIAO PHẬN VINH LONG. Đức Cha Phêrô Ngô Đình Thục. Op. Cit. ↩︎
- CEKADA, Anthony. Abp. Thuc: Recollections by One Who Knew Him. 8 mar. 2014. Disponível em: https://www.fathercekada.com/2014/03/08/abp-thuc-recollections-by-one-who-knew-him/. Acesso em: 12 nov. 2024. ↩︎
- EPHEMERIDES ACAPULCANE. Presbítero Moisés Carmona Rivera. 16 set. 2009. Disponível em: https://ephemeridesacapulcanae.blogspot.com/2009/09/presbitero-moises-carmona-rivera.html. Acesso em: 12 nov. 2024. ↩︎
- VATICANO. Acta Apostolicae Sedis, vol. 77, 1985. Disponível em: https://www.vatican.va/archive/aas/documents/AAS-77-1985-ocr.pdf. Acesso em: 12 nov. 2024. ↩︎
- VATICANO. Acta Apostolicae Sedis, fevereiro 2003. Disponível em: https://www.vatican.va/archive/aas/documents/2003/febbraio%202003.pdf. Acesso em: 12 nov. 2024. ↩︎
- VATICANO. Acta Apostolicae Sedis, vol. 61, 1969. Disponível em: https://www.vatican.va/archive/aas/documents/AAS-61-1969-ocr.pdf. Acesso em: 12 nov. 2024. ↩︎
- TUAN NY RIVER. The Last Years of Ngô Đình Thục. 21 ago. 2017. Disponível em: https://tuannyriver.com/2017/08/21/the-last-years-of-ngo-dinh-thuc/. Acesso em: 12 nov. 2024. ↩︎
- THÂN HỮU ĐỒNG CÔNG. HT80.1 Thăm anh em đã về Nhà Cha tại Đất Mẹ CRM, Carthage, MO 9/2021. Disponível em: https://youtu.be/DAwkEF5zHQs?si=nSHw2v1o_xJfPbqu. Acesso em: 12 nov. 2024. ↩︎
- GIAO PHẬN VINH LONG. Đức Cha Phêrô Ngô Đình Thục. Op. Cit. ↩︎
- CODEX IURIS CANONICI, 1917. Codex Iuris Canonici Pii X Pontificis Maximi iussu digestus Benedicti Papae XV auctoritate promulgatus. Cânon 973, §3. Roma: Typis Polyglottis Vaticanis, 1917: “O bispo não deve conferir à ninguém as ordens sagradas, se não tem certeza moral, fundada em provas positivas, da idoneidade canônica do candidato; do contrário, não apenas peca gravíssimamente, senão que expõe-se ao perigo de ser responsável dos pecados alheios.” ↩︎

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