A PERSEGUIÇÃO E A “MORTE” DA IGREJA

O Testemunho da Escritura e da Tradição

Novus Ordo Watch
2024

Investigação e explicação feitas pelo Cardeal Henry Edward Manning (1808-1892)

Neste angustiante momento em que a confusão e o caos reinam entre todos os que buscam ser genuínos católicos, membros da única religião verdadeira estabelecida por Deus, é proveitoso e importante refletir sobre o fato de que a situação em que nos encontramos em nossos dias – nenhum Papa válido (conhecido) desde 1958, e nenhum aparente bispo católico com jurisdição ordinária, enquanto uma instituição falsificada se disfarça de Igreja Católica, alastrando heresia, imoralidade e impiedade — foi predita pela Sagrada Escritura e pela Sagrada Tradição.

Assim como a Paixão, a Morte e a Ressurreição de Nosso Senhor pegou (quase) todos de surpresa, como se não tivessem sido profetizadas de antemão, assim parece que a própria Paixão mística e a aparente morte da Igreja pegaram todos de surpresa, não obstante a Sagrada Escritura, a Sagrada Tradição, os Padres da Igreja e diversos teólogos testemunharem que o Corpo Místico de Cristo terá que passar por suas maiores provações antes do fim do mundo.

Em publicações e artigos anteriores (cf. aqui), já referimos algumas dessas exposições das Escrituras em que se prediz uma apostasia da Fé e, mais especificamente, em que se profetiza que o Papado seria atingido e perseguido da forma mais aterradora.

Apesar de ser claro que, ao longo da história da Igreja, o Papa sempre foi um alvo dos inimigos da Igreja, na medida em que ele é o verdadeiro Vigário de Jesus Cristo na terra e a cabeça visível da Igreja, não é surpreendente que nos últimos dias o iníquo galvanize todas as suas forças para fazer uma tentativa final e poderosíssima de conquistar o Papa e a Igreja. Tal derradeira batalha Satânica contra o Reino de Deus na terra seria virtualmente sem precedentes em termos de sua natureza, extensão, fúria, poder, horror e astúcia.

Foi-nos Avisado: Um Grande Engano para Destruir a Igreja

Nas décadas que antecederam a criação da seita modernista do Vaticano II, os Papas advertiram com urgência e veemência contra as conspirações engendradas pelas sociedades secretas, que tinham como propósito declarado a infiltração e a destruição derradeira da Igreja e da doutrina católicas. A seguinte publicação no blog fornece diversos excertos de documentos papais anteriores ao Vaticano II que chamam a atenção para a perseguição que está a ser tramada e levada a cabo contra a Igreja pelos seus inimigos mais perniciosos (cf. aqui). 

Alguns insensatos tentam afastar esta evidência através da resposta apressada e conveniente de que “a Igreja não pode ser destruída e as portas do inferno não podem prevalecer”, o que, não obstante ser verdade, não compreende a realidade da situação: os próprios Papas, naturalmente, também sabiam que a Igreja Católica não pode ser destruída, sendo obra de Deus e tendo a promessa de Cristo de que ela perdurará até ao fim dos tempos sem qualquer alteração substancial. Por que razão, então, os repetidos alertas papais? Por que o sentido de urgência e alarme em relação ao que os inimigos da Igreja estavam a tentar fazer?

A resposta é simples: Embora a Igreja nunca falhe, mas perdure até o fim dos tempos, a perseguição dos seus inimigos causa um dano enorme às almas, e estas vão efetivamente para o inferno se forem vítimas dela, não obstante a Igreja perdure. Quando a Fé é atacada, quando as almas correm o risco do fogo do inferno, quando a heresia ameaça sufocar a Fé inocente e pura dos seus filhos, não basta dizer que a Igreja não pode falhar. Ela não pode falhar, de fato, mas o número de seus membros pode diminuir, ou seja, seus filhos podem cair, abandonar a Fé, tornar-se indiferentes, pecar mortalmente, morrer de fome espiritual devido à confusão e à falta de conhecimento, e ir para o inferno por toda a eternidade.

Que o Reino de Deus na terra perca membros e os transfira de volta para o reino do demônio, mesmo em bloco, é motivo de grande preocupação e ansiedade; trata-se precisamente do oposto do que a Igreja foi mandatada para realizar! A Igreja foi fundada para conduzir as almas para o céu, não para vê-las condenadas ao inferno. É por esta razão que uma réplica sarcástica de “Mas as portas do inferno não prevalecerão” perante a perseguição da Igreja é completamente equivocada.

Nosso Senhor Jesus Cristo, o Bom Pastor das nossas almas (cf. Jo 10, 14; 1Pe 2, 25), avisou-nos de que, antes da Sua gloriosa Segunda Vinda, haveria uma apostasia da Fé, possibilitada por um grande engano, um engodo tão convincente que até os próprios eleitos cairiam nele, se não fossem especialmente impedidos por Deus:

Estando sentado sobre o monte das Oliveiras, aproximaram-se dele seus discípulos, à parte, e perguntaram: Dize-nos quando sucederá isto, e qual será o sinal da tua vinda e do fim do mundo? Jesus respondeu-lhes: Vede que ninguém vos engane. Porque virão muitos em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo, e seduzirão muitos. Ouvireis falar de guerras e de rumores de guerras. Olhai, não vos turbeis, porque importa que estas coisas aconteçam, mas não é ainda o fim. Levantar-se-á nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, pestilências e terremotos em diversos lugares. Todas estas coisas são o princípio das dores. Então sereis sujeitos aos tormentos e vos matarão, e sereis odiados por todas as gentes por causa do meu nome. Muitos então sucumbirão, uns aos outros se entregarão e se odiarão. Levantar-se-ão muitos falsos profetas, e seduzirão muitos. Multiplicando-se a iniquidade, se resfriará a caridade de muitos. Mas o que se perseverar até ao fim, esse será salvo. Será pregado este Evangelho do reino por todo o mundo, em testemunho a todas as gentes. Então chegará o fim. Quando, pois, virdes a abominação da desolação, que foi predita pelo profeta Daniel (cf. Dn 9, 27; Dn 11, 31; Dn 12, 11), posta no lugar santo, então os habitantes da Judeia, fujam para os montes, o que se acha sobre o telhado, não desça para tomar coisa alguma de sua casa, e o que está no campo, não volte atrás para tomar o seu manto. Ai das grávidas e das que tiverem crianças de peito naqueles dias! Rogai para que não seja a vossa fuga no inverno, ou em dia de sábado, porque então será grande a tribulação, como nunca foi, desde o princípio do mundo até agora, nem jamais será. E, se não se abreviassem aqueles dias, não se salvaria pessoa alguma; porém, serão abreviados aqueles dias em atenção aos eleitos. Então, se alguém vos disser: Eis aqui está o Cristo, ou ei-lo acolá, não deis crédito, porque se levantarão falsos cristos, e falsos profetas, e farão grandes milagres e prodígios, de tal modo que (se fosse possível) até os eleitos seriam enganados. Eis que eu vo-lo predisse. (Mateus 24, 3-25; negrito nosso)

Um engano tão grande que – quase – engane até os eleitos, terá de ser muito engenhoso. Certamente, terá de enganar as massas católicas; terá de ser um engano que tenha o poder de apanhar esse grande número de fiéis católicos e torná-los infiéis. Que melhor maneira de o fazer do que criar uma falsa igreja no lugar da Igreja Católica, a partir do seu interior, uma seita que mantenha a aparência exterior da Igreja Católica, mas que mude as doutrinas da Fé, os sacramentos e a piedade católica? Se há alguém na terra a quem os católicos seguem, este é o Papa; por isso, a apostasia terá de ser imposta a partir do topo. O alvo, portanto, será o Papa – o papado deve ser usurpado, de um modo ou de outro, para que os inimigos da Igreja possam realizar o seu sonho perverso de perverter a Fé Católica de milhões de pessoas com o fim último desejado de estabelecer o reino do homem no lugar do reino de Cristo.

No século XIX, o plano da loja maçônica Alta Vendita foi exposto em sua secreta “Instrução Permanente”, um documento que, pela providência de Deus Todo-Poderoso, foi descoberto durante o reinado do Papa Gregório XVI (1831-1846) e mandado publicar pelos Papas Pio IX e Leão XIII:

Não pretendemos conquistar os Papas para a nossa causa, torná-los neófitos dos nossos princípios e propagadores das nossas ideias. Isso seria um sonho ridículo, seja qual for o rumo que os acontecimentos tomem. Se cardeais ou prelados, por exemplo, entrassem, voluntariamente ou de surpresa, de algum modo, numa parte dos nossos segredos, isso não seria de maneira nenhuma um motivo para desejar a sua elevação à Sé de Pedro. Essa elevação destruir-nos-ia. A ambição, por si só, levá-los-ia à apostasia de nós. As necessidades de poder obrigá-los-iam a imolar-nos. O que devemos exigir, o que devemos procurar e esperar, como os judeus esperavam o Messias, é um Papa segundo os nossos desígnios…
Agora, para nos assegurar um Papa da forma requerida, é necessário formar para esse Papa uma geração digna do reinado com que sonhamos…
… Procurai o Papa de quem vos damos o retrato. Quereis estabelecer o reino dos eleitos sobre o trono da prostituta da Babilônia? Deixai o clero marchar sob a vossa bandeira, acreditando sempre que marcham sob a bandeira das Chaves Apostólicas. Quereis fazer desaparecer o último vestígio de tirania e de opressão? Lançai as vossas redes como Simão Barjonas. Lançai-as nas profundezas das sacristias, dos seminários e dos conventos, mais do que nas profundezas do mar, e se nada precipitardes, tereis uma pesca mais milagrosa do que a dele. O pescador de peixes tornar-se-á pescador de homens. Reunir-vos-eis como amigos à volta da Cátedra Apostólica. Terás pescado uma Revolução de tiara e capa, marchando com cruz e estandarte – uma Revolução que somente precisa de um pequeno estímulo para incendiar os quatro cantos do mundo. (Instrução Permanente da Alta Vendita)

Apesar de parecer que os acontecimentos reais foram um pouco diferentes dos planejados neste documento – há provas de que Angelo Roncalli, que se tornou o primeiro Antipapa da falsa Igreja do Vaticano II em 1958, era na realidade um maçom rosacruz – o elemento-chave de um engano “católico por fora, mas herético por dentro” é o mesmo: “Deixai o clero marchar sob a vossa bandeira, acreditando sempre que marcham sob a bandeira das Chaves Apostólicas… Reunir-vos-eis como amigos à volta da Cátedra Apostólica. Terás pescado uma Revolução de tiara e capa, marchando com cruz e estandarte…”

É certo que todos os falsos “Papas” desde 1958 pregaram a doutrina modernista-maçônica, que foi oficialmente estabelecida pela primeira vez na encíclica Pacem in Terris, de João XXIII, em 1963, e no Concílio Vaticano II (1962-65): Os ideais Maçônicos de liberdade, igualdade e fraternidade tornaram-se as doutrinas do Vaticano II de liberdade religiosa, colegialidade e ecumenismo, que formam a base da religião Novus Ordo. Contudo, dos seis impostores papais até agora, o que mais abertamente professa e ensina as heresias maçônicas é o atual, Jorge Bergoglio, mais conhecido como “Papa Francisco”, como foi amplamente documentado aqui.

O que torna a terrível perseguição da Igreja pelos infiltrados maçônicos e pelos seus descendentes espirituais ainda mais intensa e também bastante trágica é que, muitas vezes, as pessoas que se deixam enredar por esses falsos ensinamentos e os promovem são, não obstante, de boa vontade, piedosas e procuram sinceramente servir a Deus – em outras palavras, muitos dos que impulsionam a apostasia não são enganadores deliberados, mas sim vítimas do engano. Num sermão dado no Domingo de Pentecostes de 1861, o famoso Padre Frederick Faber avisou que era precisamente isto que faria com que tantas pessoas caíssem no engano:

Devemos, pois, acautelar-nos dos perigos que vêm de dentro. Devemos estar em guarda mesmo contra livros, jornais, revistas e panfletos católicos, embora possam ser engenhosos. Nosso bem-aventurado Redentor disse dos falsos profetas dos últimos dias (Mt 24, 24) que eles deveriam “enganar, se possível, até mesmo os eleitos”. Ora, devemos lembrar que se todos os homens manifestamente bons estivessem de um lado, e todos os homens manifestamente maus do outro, não haveria perigo de ninguém, muito menos os eleitos, ser enganado por prodígios mentirosos. São os homens bons, bons outrora, e esperamos que ainda bons, que devem fazer a obra do Anticristo, e assim tristemente crucificar de novo o Senhor que eles mais do que professam amar. Tenham em mente esta particularidade dos últimos dias, que o seu engano resulta do fato de homens bons estarem do lado errado. (Rev. Frederick William Faber, Devotion to the Church, 2ª ed. [Londres: Richardson and Son, 1861], p. 27)

Nunca é demasiado enfatizar a importância deste ponto, pois muitas pessoas são influenciadas pela aparência externa e pela sinceridade (real ou aparente) dos outros. O que o Padre Faber nos ensina aqui é que mesmo aqueles que são bons e sinceros podem, sem o querer, fazer a obra do Anticristo – a sua sinceridade não significa que não sejam de facto agentes do diabo; a sua boa vontade não os impede de serem usados como instrumentos para realizar a obra de Satanás. Que isto fique bem claro por um momento!

O Cardeal Manning Prevê o Advento do Anticristo

Durante a Páscoa de 1861, o célebre convertido do anglicanismo Cardeal Henry Edward Manning (1808-92) publicou um opúsculo contendo quatro conferências que explicam os acontecimentos que precedem e rodeiam o advento do Anticristo, centrando-se nas palavras de São Paulo em 2 Tessalonicenses 2, 3-12, que também adverte para esse grande engano, mas também para uma revolta, um “homem do pecado”, e uma força que o retém temporariamente:

Ninguém de modo algum vos engane, porque isto não se dará sem que antes venha a apostasia (quase geral dos fiéis), e sem que tenha aparecido o homem do pecado, o filho da perdição, o qual se oporá (a Deus) e se elevará sobre tudo o que se chama Deus ou que é adorado, de sorte que se sentará no templo de Deus, apresentando-se como se fosse Deus. Não vos lembrais que eu vos dizia estas coisas, quando ainda estava convosco? E vós agora sabeis o que é que o retém, até que chegue o tempo de se manifestar. Com efeito, o mistério da iniquidade (posto que ainda não tenha aparecido o Anticristo) já se opera, somente falta que aquele, que agora o retém, desapareça. E então se manifestará esse iníquo (a quem o Senhor Jesus destruirá com o sopro da sua boca e aniquilará com o resplendor da sua vinda). A vinda desse iníquo será acompanhada, por obra de Satanás, de toda a espécie de milagres, sinais e prodígios mentirosos, de todas as seduções da iniquidade para aqueles que se perdem, porque (por sua culpa) não abraçaram o amor da verdade, que os salvaria. Por isso Deus lhes envia um poder de sedução, de tal modo que creiam na mentira, para que sejam condenados todos os que não deram crédito à verdade, mas puseram a sua complacência no mal. (2 Tessalonicenses 2, 3-12)

O opúsculo do Cardeal Manning intitulava-se The Present Crisis of the Holy See Tested by Prophecy (A Crise Atual da Santa Sé Testada à luz da Profecia), mas desde então foi reimpresso com o título mais chamativo The Pope & the Antichrist (O Papa e o Anticristo) (Tradibooks, 2007). A maior parte do conteúdo desta monografia foi incluída numa obra posterior, mais substancial, intitulada The Temporal Power of the Vicar of Jesus Christ (O Poder Temporal do Vigário de Jesus Cristo).

Embora se deva sempre advertir contra um enfoque excessivo nas coisas relativas ao “fim dos tempos”, como infelizmente muitos estão habituados a fazer, de igual modo não é sensato simplesmente ignorar toda a revelação relativa a estes assuntos, uma vez que claramente Deus Todo-Poderoso não nos revelou verdades para que as ignorássemos.

Em The Pope & the Antichrist (=The Present Crisis of the Holy See Tested by Prophecy), o Cardeal Manning delineia e explica em detalhes os quatro pontos centrais mencionados por São Paulo na perícope citada. São eles:

  1. Uma “Revolta” contra a Verdadeira Igreja
  2. A manifestação do “Iníquo” – o Anticristo
  3. Uma força de contenção que [o] “retém” durante algum tempo
  4. O Período de Poder durante o qual o Anticristo persegue os Fiéis

O cardeal é incisivo em salientar que as elucidações que fornece não são produto das suas próprias conjecturas, mas antes baseadas em autoridades teológicas católicas aprovadas: “Ao tratar deste assunto, não me aventurarei em quaisquer conjecturas minhas, mas entregarei simplesmente o que encontro quer nos Padres da Igreja, quer nos teólogos que a Igreja reconheceu, nomeadamente, [São Roberto] Belarmino, Lúlio, Malvenda, Viegas, Suárez, Ribera, e outros” (p. 9; negrito nosso).

Os seguintes excertos de The Pope & the Antichrist (em azul) estão divididos em seções de modo a corresponder às quatro conferências separadas do Cardeal Manning que constituem o conteúdo do livro. Ao ler estas passagens, não se esqueça que o Cardeal Manning escreveu em 1861, mais de 150 anos antes do nosso tempo, antes das duas terríveis guerras mundiais, antes da criação do Estado de Israel e pouco depois de o reino da Itália ter anexado à força a maior parte dos Estados Papais, dos quais o Papa era o governante temporal.

[COMEÇO DO EXCERTO]

[FIM DO EXCERTO]

Comentário final

Não há dúvida de que os comentários do Cardeal Manning sobre as profecias bíblicas que então se desenrolavam e que desde então se têm desenrolado, são de tirar o fôlego e fascinantes, especialmente porque podemos reconhecer nelas muito do que tem acontecido nos últimos tempos, e que está de fato a acontecer hoje. O que estamos a testemunhar é uma preparação cada vez mais próxima para o advento do Anticristo.

Repare-se como, em todas as ocasiões, o Cardeal Manning fala do Papa, sendo o Vigário de Cristo e cabeça visível da Igreja, como o antagonista terrestre direto do Anticristo – nunca Sua Eminência sequer insinua a ideia absurda, defendida pela maioria dos que se dizem “católicos tradicionalistas” hoje em dia, de que o próprio Papa seria parte do problema, uma espécie de “ajudante” do Anticristo, como Francisco claramente é. Vemos, então, mais uma vez, que a posição popular, mas completamente defeituosa, de “reconhecer e resistir”, que reconhece Francisco como o verdadeiro Papa, mas depois lhe recusa a submissão e rejeita os seus ensinamentos e leis, é totalmente estranha ao pensamento católico, à doutrina católica e à profecia católica. Esta é mais uma prova de que os “Papas” do Vaticano II são charlatões, não são genuínos Vigários de Cristo, mas sim instrumentos de Satanás para destronar o verdadeiro Vigário de Cristo e impedir ou obstruir o seu governo.

Quando o Cardeal Manning escreveu a sua monografia em 1861, o movimento da apostasia estava ainda na sua fase inicial, relativamente falando. Desde então, a Grande Apostasia não teve maior força a impulsioná-la do que o Concílio Vaticano II (1962-65). Nada difundiu o Naturalismo, a heresia que está no cerne de toda a doutrina maçônica, mais rapidamente ou mais eficazmente do que a exigência de liberdade religiosa do Concílio, que pôs fim às nações católicas (como a Espanha e a Colômbia) e exigiu efetivamente a separação da Igreja e do Estado e a destruição das constituições católicas desses países, algo que o Antipapa Paulo VI teve todo o gosto em impor. Cristo Rei, legítimo soberano dos indivíduos, das sociedades e das nações, foi destronado pelo Vaticano II – um ato que prova que Paulo VI não era Pedro, mas Judas, e que a igreja que ele dirigia não era a Igreja Católica de Nosso Senhor Jesus Cristo, mas, por assim dizer, a Sinagoga de Anás e Caifás.

A perseguição da verdadeira Fé e da verdadeira Igreja pelos modernistas do Vaticano II tem sido extremamente bem sucedida, pois tem sido acelerada não apenas por enganadores maliciosos, mas também por muitas pessoas de boa vontade dentro das suas fileiras que são elas próprias vítimas do engano. Porém, como dissemos no início, citando o Pe. Faber, isso só acrescenta uma tragédia maior e não muda a natureza nem diminui a gravidade do problema.

Na sua introdução a The Pope & the Antichrist, que consiste numa carta que escreveu ao Padre John Henry Newman, o Cardeal Manning suplicou: “Que Deus nos impeça de participar, mesmo em silêncio, na perseguição da Sua Igreja!” (p. 6). Infelizmente, quer tenham boas intenções ou não, todos aqueles que reconhecem a seita Novus Ordo como sendo a Igreja Católica e o seu falso clero como legítimas autoridades católicas, e aqueles que conhecem a verdade mas se calam sobre ela, participam na perseguição da verdadeira Igreja! Que vós, caro leitor, não sejais um deles.

Terminaremos esta longa publicação com uma nota positiva.

O que lemos, embora seja de fato aterrador, deve, no entanto, dar-nos grande conforto e esperança, e fortalecer a nossa Fé. As explicações do Cardeal Manning sobre a Grande Apostasia, a perseguição, a Paixão e a aparente “Morte” da Igreja – tudo isto confirma o que estamos a testemunhar hoje. O que isto significa é que o que aconteceu desde a morte do Papa Pio XII, e o que estamos a passar agora, não é uma contradição do plano divino, tal como a Crucificação de Nosso Senhor não foi uma derrota da Sua missão divina. Pelo contrário: Tudo faz parte da vontade divina, é um prelúdio necessário para o seu cumprimento final e completo. O que estamos a sofrer agora, neste tempo sem precedentes de agitação e confusão eclesiástica, não é um sinal de que as promessas de Deus falharam, mas sim de que as promessas de Deus estão a ser cumpridas. A profecia divina está a cumprir-se neste exato momento.

Por isso, coragem: Tudo está, por assim dizer, a correr de acordo com o plano – mas esse plano é a Via Sacra, tal como foi para Nosso Senhor literalmente, e agora para a Sua Igreja misticamente. Não é agradável de ver, e está cheio de grande sofrimento e humilhação, mas é o caminho – o único caminho – que conduzirá à glória eterna.

Trad. por Dominicus. De: Novus Ordo Watch, “The Persecution and ‘Death’ of the Church: The Testimony of Scripture and Tradition.

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