Pe. Hervé Belmont | 2011
Exalta-se, em crédito de João Paulo II e de sua autoridade pontifical, a devoção mariana que ele manifestou durante sua presença sobre a sé romana. Certamente, a devoção mariana é uma peça essencial da vida cristã. Mas a medida da devoção à Santíssima Virgem não tem alcance real quanto à questão da Sé Apostólica, nem num sentido nem no outro. Todavia, pode ser instrutivo visitar o ato mariano mais nítido de João Paulo II – sua Carta Apostólica de 16 de outubro de 2002 Rosarium Virginis Mariæ – e de se debruçar rapidamente sobre este documento do qual se reteve, sobretudo, que ele introduziu uma nova série de mistérios do Rosário, os mistérios “luminosos”. Essa introdução dos mistérios luminosos provém de um projeto muito preciso: “dar uma consistência nitidamente mais cristológica ao rosário” [§ 19]. Ao longo de toda a encíclica, soa como uma espécie de baixo contínuo essa constante preocupação: é preciso recentralizar o Rosário em Jesus Cristo [§§ 1, 4, passim]. Por esse fato mesmo, está presente por toda a parte, sem ser explicitamente enunciado, o receio de que a contemplação da Santíssima Virgem Maria desvie de Nosso Senhor. Esse temor dá um sabor bastante frio e muito amargo à encíclica inteira, e causa verdadeiramente mal estar. É assim que João Paulo II difunde uma recusa de que a Santíssima Virgem Maria seja amada por si mesma, rogada por si mesma, contemplada em si mesma. À leitura, ainda que benévola, é verdadeiramente isso o que se manifesta como o mais característico, como o mais presente, o mais constante: nada de a Santíssima Virgem Maria ser objeto de oração e de contemplação, ela não passa de um meio. Essa frieza envenena o texto inteiro. Seu resultado é conduzir a um ponto preciso: o culto do homem. Cumpre recentrar o Rosário em Cristo, porque Cristo conduz ao homem: eis aí o movimento profundo da encíclica, eis aí o Rosário embarcado na religião do Vaticano II. Para se convencer disso, basta ler o § 25:
“À luz das reflexões desenvolvidas até agora sobre os mistérios de Cristo, não é difícil aprofundar esta implicação antropológica do Rosário, uma implicação mais radical do que possa parecer à primeira vista. Quem contempla a Cristo, percorrendo as etapas da sua vida, não pode deixar de descobrir também n’Ele a verdade sobre o homem. É a grande afirmação do Concílio Vaticano II, da qual desde a Carta Encíclica Redemptor Hominis tantas vezes fiz objeto do meu magistério: ‘Na realidade, o mistério do homem só no mistério do Verbo encarnado se esclarece verdadeiramente’. O Rosário ajuda a abrir-se a esta luz. Seguindo o caminho de Cristo, no qual o caminho do homem é ‘recapitulado’, desvelado e redimido, o crente põe-se diante da imagem do homem verdadeiro.” [itálicos do original vaticano (N. do T.)]
Compreende-se facilmente que, centrado assim no homem, o Rosário torne-se um auxiliar do ecumenismo [§ 4]; compreende-se que, se João Paulo II afirma que o Rosário está a serviço da paz [§§ 6, 40], ele jamais evoque a vitória das forças e dos exércitos cristãos (o que é, no entanto, a gloriosíssima história do Rosário, da luta contra os albigenses à luta contra o Islão). Como a paz assim desejada seria destarte a verdadeira paz, aquela que o mundo não pode dar, aquela que é o reino de Jesus Cristo? Em última análise, não é a Santíssima Virgem Maria que é glorificada; não é ela que o povo cristão é exortado a amar, a imitar, a contemplar, a rogar. Tudo conduz ao homem, objeto último da religião conciliar. Anathema sit. Constata-se com clareza, caso sigamos atentamente o seu movimento, que a encíclica redunda em desapossar a Santíssima Virgem Maria da oração do Rosário; e, no fim das contas, essa espoliação não é em benefício de Nosso Senhor Jesus Cristo (como se Nosso Senhor pudesse ser glorificado em se espoliando Sua Mãe!), mas em benefício do homem (em “benefício” de sua revolta e de sua perdição). A devoção mariana de João Paulo II, por mais sincera e profunda que se a suponha, está, portanto, fortemente marcada por essa pseudo-religião que coloniza as estruturas de nossa bem amada Igreja Católica. É um fato inegável.
Retenhamos daí a lição inversa: uma verdadeira devoção a Nossa Senhora – devoção filial, tenra, amante, repleta do desejo de imitá-la em tudo – preserva da falsa religião que prevalece por toda a parte, e da falsa autoridade que pretende impô-la.
Tradução por Felipe Coelho.
Eu parei de rezar os mistérios luminosos quando ainda era da igreja moderna, ao fazer as contas quando peguei um rosário com 200 ave-Marias. Se dividir 200 por 3, que seria um terço, cairá em um número próximo(porque é uma dízima periódica) de 66,6. Sabendo que o inimigo sempre deixa sua marca onde passa, não tive dúvidas em abandonar esta oração e comecei a desconfiar destes “papas”.
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Assim quando parei de meditar os mistérios luminosos há um ano atrás, posso dizer que as escamas todas caíram dos meus olhos em relação a esta falsa igreja do concilio vaticano II. Outra devoção que muitos tradicionalistas tem que parar de rezar e a devoção da tal dita divina misericórdia e as liturgia das horas modernas pós conciliar a correcta devoção e a devoção do segredo coração de Jesus e a liturgias das horas “Divinum Officium Rubrics 1960”.
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Assim quando parei de meditar os mistérios luminosos há um ano atrás, posso dizer que as escamas todas caíram dos meus olhos em relação a esta falsa igreja do concilio vaticano II. Outra devoção que muitos tradicionalistas tem que parar de rezar e a devoção da tal dita divina misericórdia e as liturgia das horas modernas pós conciliar a correcta devoção e a devoção do sagrado coração de Jesus e a liturgias das horas “Divinum Officium Rubrics 1960”.
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